segunda-feira, 21 de setembro de 2015

SEXTA EDIÇÃO DO ROCK IN RIO COMEÇA EM MEIO A MUITA POLÊMICA DE MÚSICOS CARIOCAS NAS REDES SOCIAIS.

Imagem reprodução da internet.
Foto reprodução da internet- Roberto Medina-Criador do Rock in Rio e Alemão-OMB/RJ

Protesto de músicos cariocas no facebook e grupos formados no whatsapp revela outra  realidade na cidade mundial do rock. A sexta edição do maior festival de música do planeta; Rock in Rio 2015, apesar de todo glamour, brilho, diversão e espetáculo midiático não reflete a realidade de milhares de músicos brasileiros que nem de longe puderam sequer, aproximar-se do alambrado do grande festival, muito menos pisar no palco, já que muitos precisam conciliar a atividade musical com outras ocupações profissionais devido à banalização e inércia que os representantes “legalmente” constituídos deixaram chegar. Durante a semana de estreia do evento, um vídeo publicado pelo músico carioca Flávio Sousa bateu mais de 60 mil visualizações e centenas de compartilhamentos em apenas 48 horas, cujo mote de sua campanha é “Respeita o Músico!”.  O que justifica o sucesso do post além dos questionamentos levantados por Flávio, com relação à situação precária e de total abandono por parte dos representantes da classe musical na capital fluminense, há mais de cinco décadas, são os maus-tratos de empresários mercenários e oportunistas.


“Para que serve a carteira de músico”? 

Com temperaturas beirando os  40° graus no Rio de Janeiro em pleno inverno, bastou essa pergunta do músico de Duque de Caxias para que o calor aumentasse ainda mais e, os comentários de apoio ao músico carioca em retaliação aos interventores (que invadiram a autarquia federal) ligados ao Sindicato dos Músicos de São Paulo, Presidente Gerson Tajes, o Alemão e Fernando Skylo secretário da entidade.  Supostamente Indignado, o músico carioca exibe a carteira da OMB-Ordem dos Músicos do Brasil e sugere mais união e militância política entre os profissionais da música, como também organização e respeito por parte dos interventores.


Devido o sucesso da primeira publicação, outros vídeos começaram a ser publicados e não demorou muito para que Fernando Skylo-Secretário no Sindicato dos Músicos de São Paulo e membro do grupo de invasores  da OMB/RJ, Gerson Tajes – Presidente da mesma entidade que Skylo e também, Presidente da Comissão de Restruturação Administrativa e Operacional da OMB em âmbito nacional e Mauro Almeida, se manifestassem.  Entretanto, o confronto nada amistoso acirrou os ânimos de quem acompanhava pelo facebook e, a pedido de Flavio Sousa, indignados outros músicos também postaram seus vídeos revelando a situação de abandono por parte de seus representantes na capital fluminense e a rejeição aos oportunistas que invadiram a OMB-RJ.  


                                 
Flavio Sousa- Foto: reprodução internet

Tudo estava indo muito bem e o discurso do músico carioca Flávio Sousa que parecia tão convincente que até conquistou simpatizantes não só no Rio de Janeiro como, no Ceará, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e outras capitais, haja vista que a música é um dos segmentos da cultura mundial que mais movimenta a economia não só do Brasil, como também nos países da Europa, Canadá, Holanda, Estados Unidos e outros, mas poucos músicos conseguem realmente sobreviver da profissão.  Em uma das suas falas Flavio discursa: “Músicos do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro. Recebi uma mensagem do Fernando Skylo e do Gerson Tajes dizendo que a OMB/RJ disponibiliza uma série de benefícios como: colônia de férias, dentista, convênio com o Clube 500...Gente, eu não sabia disso, se tem tudo isso, até hoje  eu não recebi nenhuma informação. Por quê não bota um comunicado lá (sede da OMB) avisando aos músicos de Duque de Caxias, Méier, Madureira, Baixada Fluminense, Irajá, sobre esses benefícios. Cadê a organização? Está uma bagunça.” Desabafou.

O quê existe por trás das "supostas" intenções de Flavio?

O clamor de Flavio Sousa carrega em seu bojo um interesse político amplo e de mobilização nacional, mas ao decorrer de suas reivindicações o músico de Duque de Caxias perde o foco e deixa claro que seu interesse é apenas pessoal e mais direcionado à Baixada Fluminense, apesar de, o seu chamamento (aproveitando a repercussão do primeiro vídeo) querer atingir todo o território  nacional.  Esse detalhe ficou muito evidente em conversas reservadas (e que foram expostas na rede) pelo messenger , o “militante” da causa dos músicos desamparados se perdeu em seus ideais de “salvador da pátria” da causa musical e deixou claro que, sua verdadeira intenção nada tem a ver com esse “discurso bonito” e aplaudido por muitos que não perceberam ou, não leram nas entre linhas,  os interesses velados do técnico de enfermagem que pretende ser um representante apenas, dos músicos da Baixada Fluminense, conforme mensagem inflamada enviada pelo messenger. 

AMIGO , SÓ QUERO UMA COISA COBRAR ,COBRAR COBRAR ,COBRAR ATÉ O FIM COBRAR, NAO QUERO SABER SE ELE VAI ROUBAR , QUERO SABER DE MELHORIAS PARA MINHA BAIXADA FLUMINENSE !!!!!”  

É a famosa máxima na política: ele rouba, mas faz!

Na medida em que foi aumentando a temperatura do debate pelas redes sociais, incomodados, Gerson Tajes e Fernando Skylo enviaram mensagens para o músico rebatendo seus comentários, inclusive, o Alemão disse que Flávio está em busca de Ibop e só quer se aparecer, enquanto Skylo, se defendeu dizendo que tem gente que nunca tirou a bunda da cadeira e nem colocou um tijolinho na OMB/RJ e portanto, insinuou que tem gente que só está querendo tumultuar e logo tratou de marcar uma reunião sem data definida, para tentar acalmar os ânimos dos músicos da capital fluminense.



Será que a tolerância a corrupção no Brasil é cultural?



“Não quero saber se rola milhões... Não quero saber se ele (OMB/RJ) vai roubar, quero saber de melhorias para minha Baixada Fluminense”.  Em épocas de grave e profunda crise ética e moral que o Brasil está atravessando no campo politico social, essa infeliz frase reflete o quanto o país ainda precisa melhorar com relação ao conceito do senso comum na questão da transparência e administração do dinheiro público http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm. Claro que, esse não deve ser o pensamento da maioria, porém, a máxima do jeitinho brasileiro em querer se dar bem, ficou muito latente no comentário do técnico de enfermagem. Inclusive, o músico paulista Mário Henrique de Oliveira e presidente da Simpratec-Associação dos Músicos do Estado de São Paulo, relacionou a frase de Flavio com o quadro de corrupção generalizada no país e afirma que o problema é cultural.

“Pois é, eu acredito que no Brasil o problema é muito mais cultural. Ninguém está preocupado em acabar com a corrupção, mas sim, arranjar um  jeito de também de, alguma forma se beneficiar dela! Se cada um que fica sabendo das falcatruas e mutretas, em vez de juntar a quem está lutando contra ela, ao contrário, apoia o corrupto porque tem poder financeiro. Não está adiantando o seu lado, mas prolongando o sofrimento dos seus pares por mais algum tempo. É justo isso? Enfatizou Mário Henrique.
                                                            Mário Henrique de Oliveira-Simpratec
                                                   https://www.facebook.com/mariohenrique.deoliveira.7?fref=ts

Até nomes de músicos consagrados pelo público brasileiro foram citados por Flávio em seus vídeos, alegando que nunca fizeram nada pela causa da música e cita: Netinho de Paula, Frank Aguiar entre outros e, até Gilberto Gil (ex-ministro da cultura) foi citado pelo internauta Ivan Prado pela falta de interesse em criar mecanismos de valorização e manutenção de direitos trabalhistas aos músicos anônimos.




                        Da esquerda para direita: Roberto Bueno/OMB-SP, Tony Maranhão OMB/CE e Alemão Sindmussp.
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/126261336/processo-n-0010254-5520144036100-da-subsecao-judiciaria-de-sao-paulo


                          O RAIO X DO PROBLEMA

O debate caloroso e ácido surge em meio a uma série de irregularidades que perpetuam na autarquia federal há mais de 50 anos e que, enriqueceram muitos dirigentes federais e de sindicatos graças a Lei 3857/60- artigo 53, venda de carteirinhas, subfaturamento nos contratos dos shows internacionais, violação da Constituição Brasileira, favorecimentos na aprovação de documentos fraudados e sobretudo, omissão e total falta de interesse dos órgãos fiscalizadores e reguladores  na apuração dos fatos e por fim, na condenação dos criminosos envolvidos. Portanto, cabe a Polícia Federal, COAF- Conselho de Controle de Atividades Financeiras  e Ministérios Públicos: estaduais e federal a competência na abertura de uma força tarefa que quebre de vez a blindagem de quadrilhas que atuam há anos em várias capitais brasileiras de forma ilícita, sob a proteção do Ministério do Trabalho e políticos corruptos em troca de vantagens e favores. As declarações do músico carioca que, inclusive fala que um amigo (não revela o nome) ganhou muito dinheiro como delegado da OMB/RJ no município de Duque de Caxias-Baixada Fluminense, entretanto, não fez nada para melhorar a situação caótica dos trabalhadores da música naquela região. A polêmica antiga aquecida pelo debate reascendeu e trouxe à tona, um tema  que estava meio adormecido e frio,mas que, está muito longe de ser solucionado devido entraves políticos em Brasília.


Mesa repleta de documentos originais que foram fraudados e homologados em Brasília em troca de favores.


Roberto Bueno-OMB/CRESP entrega diploma de honra ao mérito à Luiz Antonio Medeiros-Ex -Superintendente Regional do Trabalho em São Paulo

O grande pivô de toda essa briga, o ditador Wilson Sândoli faleceu em março deste ano, mas deixou como herança, um conflito interno e talvez, eterno, cujo jogo de interesses políticos ultrapassa os limites da moral e da ética e, abre precedentes para que novas guerrilhas surjam constantemente na disputa pelo poder da entidade, alimentando ainda mais os esquemas de corrupção onde os conchavos políticos acabam prevalecendo em detrimento aos reais direitos trabalhistas regidos pela CLT de trabalhadores que tentam de forma árdua serem reconhecidos como verdadeiros cidadãos que pagam seus impostos e ajudam a movimentar a economia do Brasil . 

Os interventores na OMB/RJ Mauro Almeida e Fernando Skylo comandados por Gerson Tajes que foi agraciado por Tony Maranhão-Presidente da OMB/CE e membro do Conselho Federal da OMB em Brasília, com o cargo de Presidente da Comissão de Administrativa Operacional da Ordem dos Músicos dos Brasil numa reunião fechada na sede da OMB/CRESP no gabinete do professor Roberto Bueno, têm muito que se explicar não só aos músicos cariocas, como também a todos de São Paulo, Brasília e em outras capitais que estão diretamente ligadas a Tony Maranhão, inclusive, Flavio Souza questiona Gerson Tajes de como ele conseguiu chegar a este cargo sendo músico prático e sem nenhuma formação acadêmica. Há meses este blog vem denunciando e apresentando provas sobre improbidade administrativa não só na Ordem dos Músicos do Brasil, como também no sindicato dos Músicos no Estado de São Paulo, porém, mesmo com o envio das denúncias ao Ministérios Públicos: estadual, federal e Ministério Público do Trabalho, a ausência e falta de interesse do Estado têm contribuído para que a corrupção se alastre cada vez mais gerando na sociedade e principalmente, quem vive da música, um sentimento de impotência e abandono por aqueles que deveriam pelo menos, honrar  o país dentro das atribuições as quais lhes foram conferidas.

Artigos relacionados:


http://www.jfsp.jus.br/assets/Uploads/administrativo/NUCS/decisoes/2014/140213ordemmusicos.pdf


http://www.mvmdf.com/2015/09/video-desafiando-a-ordem-dos-musicos-para-um-debate-na-midia.html

http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/Sandoli-e-obrigado-a-deixar-presidencia-da-OMB/12/10961


http://vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=2735&id_coluna=78

http://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/126261336/processo-n-0010254-5520144036100-da-subsecao-judiciaria-de-sao-paulo

http://www.coaf.fazenda.gov.br/backup/o-conselho/competencias

http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=P2012N23005

http://www.jfsp.jus.br/assets/Uploads/administrativo/NUCS/decisoes/2014/140213ordemmusicos.pdf

https://www.youtube.com/watch?v=kPPuOVw5Prk

https://www.youtube.com/watch?v=Mv4JZVGcEXU

https://www.youtube.com/watch?v=8KxBOF-Pkmo

https://www.youtube.com/watch?v=iuXXd4CHYBU

https://www.youtube.com/watch?v=VdkLSayB2Bo






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