quarta-feira, 19 de abril de 2017

Na luta pela sobrevivência, OMB busca apoio do Senador Magno Malta que ignora a Lei 3857/60.


Magno Malta-Foto reprodução da internet.
Por Marcos Santos.

Depois de recorrer a grandes nomes da música no Brasil para o famoso lobby político que vão desde lambada, pagode, sertanejo, até músicos mais refinados como: Maestro João Carlos Martins, Maestro Júlio Medaglia, passando por Beto Barbosa, Daniel, grupo Molejo e até o Falcão rei do brega dentre outros, porém, é bem provável que a maioria desses apoiadores da Ordem dos Músicos do Brasil não conhece a enxurrada de Mandados de Segurança contra essa autarquia acéfala e corrupta, como também, desconhecem talvez, as decisões do Supremo Tribunal Federal  que revogou a obrigatoriedade de o músico ter de se filiar à autarquia e a verdadeira história nebulosa da entidade. 

Na contramão dessas decisões e da própria Lei 3857/60, desta vez o escolhido como garoto propaganda da Ordem dos Músicos do Brasil é o senador Magno Malta  (PR).

Há alguns meses ele vem transitando pelos corredores e salas da OMB em São Paulo e Rio de Janeiro e, em reuniões fechadas com os interventores da entidade vem costurando apoio político e como moeda de troca, grava vídeos a pedido desses dirigentes com apelos persuasivos no intuito de salvar a quase extinta Ordem dos Músicos do Brasil atolada até o "pescoço" por inúmeros processos em diversas instâncias.
Magno Malta, sua esposa Lauriete e interventores da OMB.
Foto reprodução da internet.

 “A OMB tem o mesmo reconhecimento de lei que a Ordem dos Advogados, amém? Então é o seu documento, assim como o advogado tem a carteira dele, você tem a sua carteira de músico. É a sua identidade(...) Você que executa um instrumento, que não toca nenhum instrumento, que canta, que compõe, aqui (OMB) é o seu lugar. Até você que não toca nada mas canta, vem pra cá”. Apelou o Senador Malta.

Ignorando tudo que já foi publicado sobre a farsa  dessa "nova" diretoria, o parlamentar enfatizou ainda em seu vídeo que, agora é um novo tempo na autarquia e que os interventores estão fazendo tudo corretamente.

Assim como a Ordem dos Músicos do Brasil, talvez essa seja mais uma tentativa de sobrevivência política do senador do PR conforme publicado no site Século Diário.
O apelo do senador Magno Malta diverge totalmente do artigo 28  da própria lei 3857/60 que ele diz assegurar ao músico direitos legais, mas, se esquece que esses direitos seguem critérios estabelecidos na lei e pior, compara a autarquia que por mais de meio século só serviu de balcão de negócios escusos, à Ordem dos Advogados do Brasil. 

Todos sabem que para tirar a carteira da OAB em primeiro lugar é necessário ter curso superior de Direito e posteriormente prestar o exame que, por sinal é um dos mais rigorosos do país. Mesmo formado o bacharel em Direito só poderá exercer a profissão mediante aprovação no exame e daí a aquisição da carteira. Portanto, a comparação do parlamentar é um acinte não só aos profissionais da justiça como também aos músicos que se dedicam profundamente ao estudo da música e suas ramificações artísticas e culturais em instituições superiores de ensino como rege a própria lei 3857/60.

Como o interventor maior da OMB, o ex-presidente do Sindicato dos Motoboys do ABC-SP, Gerson Tajes, o Alemão não é músico e conseguiu sua carteira por meio de fraudes como já foi relatado nesse blog, provavelmente, ele queira instituir essa prática a todos que almejam ter uma carteira com o brasão da República.

Há quase um mês este blog publicou matéria sobre Mandado de Segurança  impetrado pelo SESC e acatado pela Juíza Silvia Figueiredo Marques da 26ª Vara Cível Federal desobrigando o profissional da música a se filiar a OMB por entender que a entidade com viés sindical fere o artigo 5º incisos IX e XIII da CF de 1988 e outros.

Bastou publicar o vídeo de Magno Malta apoiando a OMB na rede social para que manifestações contrárias chegassem pelo facebook e WhatsApp.

“No Brasil só existem duas Ordens: a dos Músicos(OMB) e a dos Advogados(OAB). Ambas são do período regencial (por isso são Ordens, não Conselhos); Ambas recebem incentivos federais e têm representação no Brasil inteiro; ambas tem o poder de expulsar qualquer farsante que tente entrar pela janela na categoria. Ambas foram criadas para manter a seriedade, disciplina e incentivo a quem quer entrar na carreira. Agora a pergunta que não quer calar: por que só uma funciona? ”. Observou o músico e professor de música, Osias Leandro.




Esta redação entrou em contato com a assessoria do senador Malta via WhatsApp, porém, eles não quiseram  comentar sobre o caso.





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